
Dez anos se passaram desde a batalha de Seattle.
E nestes anos, a “energia” e o espírito do Tempo (Zeitgeist) residiram no que se chamou, erroneamente, de movimento anti-globalização. O lema do movimento? “Outro mundo é possível.” O espírito fluiu dos zapatistas, das comunidades de base, do MST, das convenções dos povos indígenas, dos movimentos anti-agribusiness da Índia para Seattle, Porto Alegre, Gênova, todos os Fóruns Sociais, até que a infiltração das ONGs (cavalos de tróia corporativos) e dos partidos políticos tentasse se metastasear ao interior do movimento.
Ainda não se fez um levantamento de tudo o que de bom esses 10 anos representaram para o mundo. Eu começaria citando as desgraças que foram impedidas de se materializar graças ao ativismo do “movimento” – como por exemplo, a não-realização da ALCA (FTAA em inglês), só para começar, o estancamento temporário da sangria provocada pela “Trindade do Mal”: a OMC (WTO em inglês), FMI (IMF em inglês) e Banco Mundial (World Bank), a profética previsão do corrente mega-roubo econômico e financeiro a que se dá o nome de “crise”, a absoluta prioridade que foi dada às ações para se implantar uma economia sustentável e alterar ou minimizar as mudanças climáticas.
Dez anos depois, o lema virou “Este mundo é impossível.” E mais que um lema, é o grito dos icebergs que derretem, da terra que se desertifica, das cidades que se asfixiam com todo tipo de poluição, das espécies que se extinguem.
De modo que “Outros mundos são iminentemente necessários”, se quisermos continuar vivos. Quem viveu intensamente esses anos, surfando “na crista da onda” a aventura que é apostar na sobrevivência do planeta sabe que valeu a pena, apesar do insustentável peso do poder esmagador imposto pelo “sistema totalitário mercadológico”, pela plutocracia que virou descarada “putocracia”. Quem viu a caravana passar e nem sequer conseguiu ladrar timidamente… pelo medo de se comprometer, pela insegurança de se posicionar, ou por fazer parte integrante dos agentes da metástase… tem mais uma chance significativa para se renovar e fazer fluir o espírito do tempo.
Acompanhar ou participar do que acontecerá em Kopenhagem nos próximos dias e assistir cuidadosamente a este vídeo pode ser um bom começo para se se libertar das amarras do sistema totalitário mercadológico, se desprogramar, se desendoutrinar, se desentupir.
Afinal, como diz Schopenhauer, citado no filminho:
“Toda verdade passa por três estágios. Em primeiro lugar, ela é ridicularizada; depois nos opomos violentamente contra ela; enfim, a aceitamos como se ela fosse natural.”
Fonte : http://imediata.org/
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