16 dezembro, 2005

Putz

"Os intercessores", pensou outra vez, encostando-se ainda mais em Babs, que estava completamente embriagada e chorava em silêncio ao escutar Bessie, estremecendo a compasso ou contra-tempo, engolindo o soluço para não se afastar por nada do blues da cama vazia, a manhã seguinte, o sapato molhado, o aluguel sem pagar, o medo da velhice, imagem cinzenta do amanhecer no espelho ao pé da cama, os blues, o tédio infinito da vida. "Os intercessores", um irrealidade nos mostrando outra, da mesma forma como os santos pintados nos mostram o céu com o dedo. Não é possível que isto exista, que estejamos verdadeiramente aqui, que eu seja alguém que se chama Horácio. Esse fantasma aí, essa voz de uma negra que morreu há vinte anos num acidente de automóvel: elos de uma corrente inexistente, como é possível que nos encontremos aqui, como podemos estar reunidos esta noite, a não ser por um mero jogo de ilusões, de regras aceitas e consentidas, de puro baralho nas mãos de um jogador inconcebível.

11 dezembro, 2005

Voltei...

Após um Mês de provas e trabalhos acadêmicos para entrega, Ufa!
Estou de volta para publicar algumas impressões minhas... Mas o que publicar... Dúvida! ... Vou começar com a festa na casa da Vô da Poptrícia, mais deixe ver se me lembro dela balburcia!...