Ventos...
O que dizer desses tempos confusos?
Nada há o que dizer, somente o que se sentes, o que se vive. Tudo
começa com um passo, deixar nos permitir, e nos deixamos permitir em
tempos confusos é um grande passo, um ano que começará, mas nunca
saberia o que poderia acontecer.
Tudo começa com uma reflexão, em
meio a multidões felizes, mas mesmo assim a felicidade do coletivo
não me permitia ser contemplado com tal entusiamo. Apesar de estar
ao lado de um grande “brother” e rodeado de pessoas gentis e
admiradoras de mim, sempre achei que faltava algo, algo como um sopro
de que me fizesse navegar, mas só me faltava respirar, então
respirei.
Estava em busca de um norte, após
deixar tudo que me fazia mau, tudo sem noção nenhuma sentido, de um
mundo sem sensações e sentimentos. Pessoas que não me permitam
viver e sentir, e o que eu necessitava viver, depois de longos anos
anestesiado e num coma profundo. Dai parte a reflexão antes
apresentada, precisava permitir e respirar, cair de cabeça e coração
em algo que só dependia de mim. Após respirar eu velejei.
E os ventos dá mudança sempre jogam
a favor de daqueles que deixam se permitir, como os grandes
navegantes se se lança ao mar em busca de algo, ou pela falta de
alguma coisa. E por eu estar aberto as novas coisas, eu poderia
sentir que o vento estava mudando, o ano começará com um vento
suave e distinto, mas se eu soubesse levantar a vela, da minha
pequena embarcação, poderia seguir o vento, não por mérito de um
bom velejador, mas por necessidade de um ar de mudança, ou também
por fugir de tudo que me deixava mau, e me fazia ficar mais vazio. O
que queria era respirar, mas para eu respira necessitava apreender a
velejar.
Como um péssimo velejador que sempre
fui escolhi a maneira mais ruim de velejar, a maneira que o ano
anterior me possibilitou felicidade instantâneas e vazias. Mas o que
tinha diferente dos anos anteriores é que estava disposta a se
lançar em uma nova aventura. Ele começará a sopra com muita força
depois de estar no meio de uma multidão e extremamente só, ventos
esses que me fizeram respirar por mais um tempo. Tá ai uma palavra
que demostrou o que foi o ano de dois mil e doze … “respirar”
… uma palavra, uma sensação, um estado de espírito e uma maneira
de viver.
Por me permitir respirar o vento que
soprava me surpreendeu. Como uma grande aventura, que mau estava
preparado para ela. Mas me levou para um novo mundo, com personagens
novos e inspiradores, sedentos pelo novo, com histórias diferentes.
Um desse personagens era representado
pelo um coletivo, que me transformou artisticamente, me trouxe de
volta a sensibilidade artística, que anos a traz tinha sido
esquecida, mas que retornará após anos adormecidos. O coletivo de
verdadeiros brutos de uma vanguarda de artistas inspirados e
talentosos.
O que dizer de tempos confusos? Não
sei o que dizer, só sei que não estava sendo sensível, pois tempos
confusos eu como ser dentro de um sistema do qual faço parte não
conseguia me ver, só sei que não tinha a sensação, e nem
conseguia perceber o que sinais, e os que eles querem dizer. A falta
da sensibilidade me levou para caminhos estranhos, mas que era os de
sempre, já sabia onde ele iria me levar, e como ter um porto seguro,
sabendo onde iria chegar não me arriscaria em sofrer o novo. A
retomada da sensibilidade artística, me deixou com um pé sobre o
desconhecido, e essa sensação não me deixou com medo, mas sim
excitado.
De volta aos novos personagens desse
novo lugar onde o vento me levará, um deles foi representado pela a
academia, lugar onde o saber e o conhecimento se demonstra na mais
bela forma, o aprendizado. Pois e tempos confusos, umas das únicas
formas de crescimento pessoal é o aprendizado. Lá o conhecimento a
flora, e a conjunção de toda essa forma de conhecimento engrandeceu
a minha vontade de respirar e de lutar por condições coletivas onde
o “ser” não é “ter”, mas sim permitir ser livre.
Mas o que é a vida, o vento que me
levava a deriva entre caminhos incertos e novos, me trouxe uma nova
brisa, que voando venho, como um pássaro, e como um pássaro me fez
viver umas das mais belas histórias desse ano, um carinho imenso
entrou dentro de mim e me transformou por dentro, pela primeira vez
me via livre e irradiante. Me via vivo e sentindo uma grande paixão
pelo mundo e por todos. O quando via seu sorriso era como um sonho,
sabes quando uma pintura, uma música ou um som, lhe deixa feliz por
horas e horas, dias e dias? Sim estava entregue totalmente a essa
nova brisa que por longas oito semanas, mudou minha vida, meu
discurso, me transformou por dentro.
Um dos momentos marcante foi sentado
em um pedra de frente para o mar, longe de tudo e todos, me via
pensando nesse ventinho que transformou meu caminho, e nesse
sentimento que invadiu meu peito e de dentro para fora.
Mas como todo ventinho que vem, ele se
vai para longe, numa dessas ironias da vida. O ritmo da minha
embarcação mudou. Mas creio que foi um mudança leve de timor que
fez que eu perdesse aquela brisa tão suave e delicada, mas esse
pequeno desvio me deixou sem chão, e confundiu minha orientação,
lá de novo estava confuso, mas ainda com o olhar irradiante de mais
uma belas histórias que tinha acontecido.
O ventinho era viciante e me deixou
com gosto de quero mais, e por estar me permitindo me deixou com um
gostinho de quero mais, e lá se foram dois meses de esconder tal
sentimento, que já tinha compreendido, mas que precisava ser
compartilhado, pena que tardiamente, mas a vida é assim, as vezes se
afogamos e não lutamos pelos o que queremos, felizmente os ventos
continua soprando... e soprando...
Mas de certo um desejo que sempre
tenho... “como gostaria que esse ventinho estivesse ainda ao meu
lado agora! Como adoraria um novo sopro dele.”
E ele passou e me transformou. Hoje
vendo o acontecimentos anteriores vejo que tenho que seguir velejando
e me permitindo sonhar com o novo, me permitir se transformando, um
dia uma pessoa me disse: “pessoas nunca mudam” queria dizer que
tudo muda o tempo todo, e por estarmos confusos, não percebemos que
a mudança é evidente. Ainda sonho com o ventinho que me
transformou, sonho dos momentos, das passagens das ondas e de toda
sensação que tivemos juntos durante o pequeno momento de minha
navegação, penso que ele trouxe um dos mais belos sentimentos nesse
ano de dois mil e doze, e por trazer me mudou completamente.
O que dizer em tempos confusos? Não
diga e não faça nada! Só simplesmente siga os ventos, que eles lhe
indicarão os novos caminhos.
Que venha novos ventos e que nele
traga novos ventinhos que me faça um ser humano menos confuso e mais
vivo. E que um dia eu parta como um vento transformando a vida de
outros marinheiros confusos, e transformando o seus caminhos.