23 fevereiro, 2010

In Love !!!

Seguindo pelo corredor não sabia o que iria encontrar...

Abrindo a porta da sala de aula, via uma sala com pessoas tão diferentes uma da outras. Não conseguia descobrir o tal sentimento, só sabia que era totalmente diferente do que ocorreu durante minha passagem pelo o infantil, ginásio e do colegial. No mesmo instante eu parei e olhei, foi um dos segundos mais demorados de minha vida... Ali naquela sala repleta de mentes pensantes dizendo "Quem é essa figura?" De certa forma conseguia ver o eles pensavam. E eu ali dando passos bem cuidadosos, tentando olhar para todas aquelas pessoas. Sentir-me muito inseguro! Foi ai que percebi estava sozinho e que precisava iniciar tudo novamente, e eu já sabia quanto seria difícil, já que era um recomeço, uma nova vida.

Então a vi! Ela estava de cabisbaixa com seu lápis na mão, com movimentos bem sutis riscando a página meio que desajeitada. Chamou-me a atenção logo de cara! Aquela menina tinha os cabelos dourados encaracolados que se enradiavam pelos seus ombros e caindo para o colo, sua boca brilhava e parecia tão macia. E nesse momento meu coração disparou como nunca! Como um disco de vinil de quarenta rotações sendo acelerado para umas oitenta rotações, o pulsar ficou mais frenético, como uma criança que avista seu primeiro presente embaixo de uma arvore de natal, aquilo tudo me deixou entusiasmado.

Passando pelo à seu lado, ela me olhou nos olhos, foi a primeira vez que via seu olhar, aqueles olhos esverdeado, me apaixonei no primeiro instante. Uma ligação que nem poderá imaginar, foi naquele momento que aconteceu uma grande confusão de sentimento, que até hoje não conseguiria explicar, continuando passando à seu lado, percebi que logo atráz daquele olhar havia um lugar vazio! Pensei, "Por que uma figura que enradia tanta luz poderia ficar sem outras a seu redor?" Foi ai que tomei umas das maiores decisões de minha vida! Respirei bem fundo, enchendo o pulmão de ar, uma coragem tremenda e me sentei. Juro que não era um dos melhores lugares para se ficar, mas tinha aquela menina de cabelos dourados e olhos esverdeados que me ajudará a tomar tal decisão.

A segurança foi tanta que logo,logo o universo começará à conspirar entre a gente, no mesmo dia, minutos depois um lápis caiu. E ela com toda sua simpatia, meio que envergonhada pelo que tinha acontecido começara à procura. E eu com toda a insegurança percebi que o tal lápis estava ao lado da minha mochila, fui até o lápis e o peguei-o coração já estava com a rotação bem acima do desejado, com um movimento de bem sutil e desajeitado entreguei o lápis a ela. E ela me disse: " obrigado! ". Foi uma coisa bem sutil que mexeu comigo de um jeito. De certa forma esse dia nunca saiu da minha cabeça, não sei porque...!

Até hoje olho para essa menina, com o mesmo primeiro olhar. Hoje ela é uma Mulher linda que transforma tudo a seu redor, com seu sorriso, seu companheirismo e dedicação. Até hoje não consigo saber o sentir naquele momento.Só sei que eu naquele dia "AMEI" tudo o que ela, mesmo que sem saber, tinha feito por mim. E que hoje a AMO ainda mais... Agradeço todos os dias aquela minha decisão.

08 fevereiro, 2010

Desenvolvimento Local Integrado Sustentável - DLIS

POBREZA E DESENVOLVIMENTO
por Augusto de Franco



Desse ponto de vista estratégico, da formulação de políticas para o desenvolvimento humano e social sustentável do País, a questão central do DLIS é a seguinte: qual pode ser o impacto de pequenas ações, desenvolvidas por populações marginalizadas, em localidades com baixo índice de desenvolvimento sócio-econômico, em um país continental como o Brasil, com um imenso contingente de pobres, submetido à dinâmica avassaladora dos fluxos de capital característica do mundo globalizado?

Na minha opinião, a resposta adequada para essa questão, a ser fornecida, vamos dizer assim, por uma "Teoria do DLIS", seria a seguinte: ações desenvolvidas em comunidades podem ter um impacto considerável na mudança da vida das pessoas dessas comunidades, mesmo que sejam realizadas por uma pequena parcela dessas pessoas. Tais ações, desenvolvidas em certo número de comunidades com baixo índice de desenvolvimento sócio-econômico, podem vir a ter um mpacto considerável no desenvolvimento do País como um todo, mesmo que não sejam realizadas na maioria dessas localidades. Sei que tais afirmativas carecem de prova, de verificação prática e de argumentação teórica consistente para serem validadas. Para tanto, seria necessário investigar o impacto das ações comunitárias induzidas pelo DLIS no desenvolvimento do País como um todo.

Presumo que quem quiser investigar o impacto das ações comunitárias sobre o processo de desenvolvimento social descobrirá que o problema do desenvolvimento é, essencialmente, um problema de poder e de política. E que pequenas ações comunitárias terão impacto ponderável sobre o desenvolvimento enquanto introduzam novos padrões (horizontais) de organização e novos modos (democráticos) de regulação.

Mas pressinto que tal investigação não poderá ser feita com os velhos instrumentos analítico-conceituais ainda utilizados pela economia e pela sociologia tradicionais. Quem quiser fazer isso deverá lançar mão de abordagens da complexidade a partir de teorias da complexidade, de teorias do capital social e de outras teorias correlatas que tentam explicar e entender os fenômenos da cooperação, das redes e da democracia, os quais, juntamente com o empreendedorismo, constituem os "aminoácidos" de uma nova concepção de desenvolvimento que, em si mesma, já significa superação da pobreza: o desenvolvimento humano e social sustentável.

Notas

(1) O Programa Comunidade Ativa funciona basicamente assim. Cada localidade faz um diagnóstico participativo para conhecer sua realidade, identificar seus problemas e descobrir suas vocações e potencialidades. A partir desse diagnóstico é feito, também de modo participativo, um plano de desenvolvimento. Desse plano é extraída uma agenda com ações prioritárias que deverão ser executadas por vários parceiros: governo federal, governo estadual, prefeitura, organizações da sociedade civil. Tudo isso é organizado por um fórum democrático formado por lideranças locais. Essas lideranças locais participam de um processo de capacitação para a gestão local do seu processo de desenvolvimento. O governo federal coordena a negociação entre os vários parceiros responsáveis pela execução das ações contidas na agenda. É celebrado um pacto de desenvolvimento na localidade e assinado um termo de parceria com as metas a serem atingidas e os responsáveis por elas. O governo federal e os demais parceiros oferecem capacitação finalística para que as pessoas do governo e da sociedade local, sobretudo os pequenos empreendedores, consigam realizar as ações pactuadas. Até 2001 o Comunidade Ativa finalizou o processo de implantação do DLIS em 157 municípios e iniciou a implantação em mais 434 municípios, tendo capacitado diretamente cerca de 4.000 membros de fóruns locais, atingido mais de 17 mil pessoas e pactuado 2 mil ações com governos e instituições de âmbito estadual e nacional. Para 2002 a meta é totalizar a implantação do DLIS em 604 municípios, dando continuidade ao processo por meio da oferta de capacitação para a gestão empreendedora comunitária do desenvolvimento local com o Projeto Comunidade Que Faz, executado pela AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento.

(2) Para compreender esse desafio é preciso ter uma visão do que ocorre em um processo de DLIS depois que os passos iniciais da metodologia foram implantados. Depois disso, as localidades devem começar a implementar a sua agenda de prioridades. Parte dessa agenda é negociada com governos e com outros parceiros não-governamentais. Uma outra parte da agenda é composta por ações que devem ser realizadas pela própria comunidade local. Esta parte da agenda tem sido apelidada (no caso do Programa Comunidade Ativa) de "agenda local do local". A chamada "agenda local do local" é a comunidade que faz. Ocorre que, quando o agente encarregado de transferir a metodologia do DLIS para as localidades (no caso do Programa Comunidade Ativa, esse agente é chamado de Multiplicador de DLIS) termina seu trabalho, a comunidade, naturalmente, sente-se um pouco perdida. Na maior parte dos casos, a comunidade local não se sente preparada para realizar, por si mesma, as ações dessa "agenda local do local". Na maioria das localidades as pessoas dizem que não têm recursos para realizar as ações, reclamam da falta de apoio, da desunião do povo e até da falta dos conhecimentos técnicos necessários para efetivar as ações propostas. Para superar tal desafio, foi introduzida a inovação da presença, temporária, de um outro agente de desenvolvimento na comunidade, encarregado de facilitar o processo pelo qual a comunidade local pode aprender a fazer as coisas que ela tem de fazer. Mas esse novo agente não vai fazer isso dando um curso tradicional, em sala de aula. Ele vai usar a pedagogia do aprender-fazendo. Ele vai ensinar a comunidade local a fazer certas coisas ao mesmo tempo em que vai aprender com a comunidade local as diversas maneiras criativas como as mesmas coisas podem ser feitas de modos diferentes. Então esse agente de desenvolvimento ensina-aprendendo e aprende- ensinando. E a comunidade local também é responsável pela sua formação na medida em que aprende-fazendo junto com ele. Toda comunidade, quando quer, sabe fazer direitinho as coisas que realmente precisa fazer. Toda comunidade sabe organizar suas festas, seus torneios esportivos, suas campanhas. É necessário apenas que haja uma vontade coletiva de fazer. Assim, o papel principal do novo agente de desenvolvimento é despertar essa vontade coletiva no pessoal da localidade. E ele faz isso tomando uma prioridade da "agenda local do local", de comum acordo com o Fórum de DLIS, e mostrando, na prática, como é possível realizá-la usando os recursos da própria localidade. Assim, ele discute com o pessoal como montar uma campanha local para realizar aquela prioridade escolhida como exemplo; transmite conhecimentos de gestão e de captação de recursos que poderão ser adaptados para funcionar em cada localidade; informa como os projetos devem ser elaborados e como fazer os relatórios e as prestações de contas sem as quais tais projetos não poderão ser renovados. Muito mais importante do que tudo isso, porém: ele faz essas coisas juntamente com o Fórum de DLIS e com outras pessoas da comunidade. Mostra como se faz, fazendo. E todos, ao mesmo tempo, ensinam e aprendem com isso. Por exemplo, ele leva dicas de como angariar recursos para realizar uma ação local, seja por meio de gincanas, de festas, de bazares, de recolhimento de contribuições nas lojas comerciais, de utilização de trabalho voluntário, de parcerias, do envolvimento de toda a população. Muitas dessas dicas são reinventadas pela própria comunidade e, assim, tanto o agente de desenvolvimento quanto a própria comunidade estão aprendendo formas novas de fazer as coisas, que dão certo naquela localidade e poderão inspirar novas dicas para outros lugares, que farão a mesma coisa, e assim por diante, criando uma grande corrente de inovações para o desenvolvimento do País. Alguém poderia dizer que tal inovação apenas posterga o problema, pois algum dia o agente de desenvolvimento terá de abandonar a localidade. Para responder a tal questão a estratégia utilizada é a fundação de uma organização formal de apoio ao desenvolvimento em cada localidade. Antes de sair da localidade o agente de desenvolvimento discute com o Fórum de DLIS a constituição de uma organização autônoma, de caráter público, capaz de continuar a realizar as ações da agenda local. Por intermédio dessa nova organização de apoio ao desenvolvimento local, a comunidade pode fazer projetos, celebrar convênios e contratos e firmar termos de parceria com os diferentes níveis de governo. As novas organizações de apoio aos Fóruns de DLIS não são uma outra instância para coordenar o processo de desenvolvimento na localidade. Na prática, elas são constituídas com o próprio pessoal que já integra o Fórum de DLIS. Só que, agora, esse pessoal pode ter autonomia, pode fazer projetos e pode gerir recursos. O agente de desenvolvimento só sai da localidade depois que esta organização estiver fundada. E isso já responde a um outro desafio: o da autonomização da experiência de desenvolvimento local, condição necessária para a conquista da sustentabilidade do processo. Isso significa que cada comunidade local que passa por esse processo tem, nas suas mãos, um novo tipo de instituição, que conta com o apoio e a parceria dos governos, mas que, caso um ou outro governo, de qualquer nível, resolva não mais investir no desenvolvimento local integrado e sustentável, não terá poder para impedir a atuação dessa instituição, nem para acabar com ela. Ora, se tivermos apenas algumas poucas instituições autônomas desse tipo, elas não terão muita força para se manter e para influir no desenvolvimento do País. Mas à medida que se expandem, às centenas e aos milhares, organizações autônomas desse tipo, conectadas horizontalmente num grande sistema interdependente, formando uma imensa rede, com capilaridade em todo o território nacional e com o propósito comum bem definido de apoiar, consolidar e expandir o DLIS, então a coisa toda muda de figura, porque passamos a ter, de fato, uma nova institucionalidade para induzir e conduzir, em escala nacional, um novo caminho de desenvolvimento humano e social sustentável.

D.L.I.S - Desenvolvimento Local Integrado Sustentável

05 fevereiro, 2010

Trevas... ou Trovões?

Tem dias que tudo que se quer é ficar em casa. Mas importante é saber o mundo gira lá fora, e que tudo está se transformando, e se ficar preso muito dentro de te aconxego familiar pode perder as grandes transformações, ou aquelas que são realmente relevante. Outro dia caminhando pela a rua, sentir com se nesses meses tinha perdido algo e algo tinha transformado, só não sei se foi comigo.